7 sinais de que seu uso de álcool fugiu do controle

Por  Tamara Melo

O álcool é uma das drogas mais consumidas pelo homem desde os primórdios da humanidade. Atualmente podemos encontrar o álcool em diversas embalagens, sabores e cores para todos os gostos. Afinal a bebida alcoólica é facilmente acessível e está associada com momentos de descontração, relaxamento, lazer, felicidade e até sexualidade. Basta nos lembrarmos do happy hour depois do trabalho e da presença marcante das bebidas em festas e eventos sociais.

Diante desse cenário, muitas pessoas já experimentaram ou tiveram algum contato com a bebida alcoólica em algum momento da vida, algumas não gostaram muito da experiência e não a repetiram, no entanto outras pessoas gostaram bastante e tendem repetir a experiência com certa frequência.

Em meio a isso surge uma grande questão, justamente pelo álcool ser aceito socialmente, como saber quando o uso de álcool está ficando fora de controle e causando problemas? Como saber que uma pessoa tornou se dependente química dessa substância?

Hoje estima-se que os dependentes químicos de álcool levaram em média oito anos para começar a notar que tinham problemas com o álcool e deviam buscar tratamento adequado.

Seguem então 7 sinais que podem indicar que seu uso de álcool está fora de controle.

  1. Compulsão: O desejo de usar a substância sempre ganha, e mesmo quando a pessoa diz “hoje não vou beber” ela se pega bebendo. Esta pessoa pode até tentar estipular uma meta para beber dizendo “hoje só vou bebe duas” e quando se dá conta já bebeu bem mais do que o planejado em sua meta. Este é um dos primeiros sinais que o uso está ficando fora de seu controle racional. Percebe-se que a pessoa está apresentando dificuldade em lidar com seus limites e controlar o quanto bebe.
  2. Tolerância: A pessoa começa a perceber que agora precisa tomar mais doses ou maior quantidade para obter o mesmo efeito de antes. Algumas pessoas costumam associar esse sintoma dizendo que podem beber muito porque são resistentes a se embebedar, outras dizem “eu sou forte, bebo bastante e não fico bêbado”. No entanto o que elas não sabem é que o seu organismo criou tolerância ao álcool, ou seja, ele se acostumou com a substância e por isso começa a precisar de doses maiores para sentir o mesmo efeito de antes. A longo prazo a pessoa passa a aumentar cada vez mais a quantidade para sentir o mesmo efeito de antes.
  3. Abstinência: Esse é sem dúvidas um dos sinais mais graves e que indicam claramente uma dependência, mesmo que seja somente física. A abstinência se manifesta quando um indivíduo fica um período sem consumir álcool, o organismo sem a substância faz o indivíduo sentir falta da mesma e por isso a pessoa tende a ficar irritada, mau humorada, pode ainda em casos mais graves apresentar dor de cabeça, tremores, febre, calafrios, suor excessivo, náuseas. Esses sintomas mostram que fisicamente seu corpo já está dependente do álcool.
  4.  Alívio do desconforto da abstinência: Uma das características desse sinal é a pessoa começar a beber logo pela manhã, pois como passa o sono sem beber o corpo já acorda precisando repor o álcool e o indivíduo pra evitar o desconforto dos sintomas de abstinência, bebe. Isto demonstra que fisicamente seu corpo já depende do álcool.
  5. Relevância do consumo: Se até agora falamos de como o álcool age no corpo, esse sinal demonstra como ele interfere na vida. A relevância do consumo é quando o Álcool vai se tornando prioridade na vida da pessoa, a pessoa começa a deixar de lado ou dar menos atenção as outras áreas importantes da vida. Começam os problemas com a família (familiares pedindo para beber menos), no trabalho podem começar a acontecer atrasos e faltas porque a pessoa estava se sentindo indisposta, o que pode acarretar demissões. Vale lembrar que alguns até conseguem manter o trabalho, porém ocorre o abandono de hobbies, ou seja, a pessoa passa mais tempo no bar do que com a família, e o seu principal hobbies passa a ser estar no bar ou bebendo com amigos, ou ainda em uma atividade que sabe que vai ter bebida, como por exemplo uma partida de futebol com os amigos que sempre terá uma “cervejada” no final. Além disso, quando resolve sair com a família sempre escolhe lugares em que possa beber.
  6. Repertório empobrecido: A pessoa começa a perder suas referências internas ou externas, começa a beber em praticamente todo lugar, em horários impróprios, já não se importam com os outros. Em tempos de tecnologia tendem a publicar diariamente nas redes sociais as bebidas que consome sem se importar com o chefe e outras pessoas que observam claramente seu padrão descontrolado de uso. A pessoa tende ainda a evitar locais em que sabe que não poderá beber, ou então leva sua bebida de casa para a eventualidade de o local não ter. Ao fazer uma viagem, por exemplo, ou ir a algum lugar desconhecido uma da primeiras coisas que busca encontrar é um bar. Vamos pensar, por mais que alguém aprecie bares, existem outros locais para visitar, e o bar não seria uma prioridade se a bebida não fosse o foco da vida da pessoa, o que demonstra uma forte suspeita de dependência.
  7. Recaída: Este sinal fica claro quando a pessoa resolve “dar um tempo” e parar de beber por um certo período que pode ser até de anos, porém ao resolver tomar apenas o primeiro gole, não consegue ficar somente nele. O seu padrão de consumo de antes retorna com força total e a pessoa volta a beber em excesso, mesmo que se sinta arrependida depois.

Esses são os 7 sinais que o uso de álcool pode ter se tornado uma dependência (baseados em Griffith Edwards). Para ser considerada dependente de álcool a pessoa precisa ter pelo menos 3 desses sinais. No entanto o critério de abstinência e relevância do consumo mesmo que isolados já indicam a necessidade de estar atento a um início de dependência que pode estar se consolidando.

Se você ou algum familiar se identificou com esses sinais, talvez seja a hora de dar maior atenção a sua saúde e buscar ajuda profissional especializada.

Espero que esse texto tenha contribuído de alguma forma e retirado algumas dúvidas frequentes sobre a dependência de álcool.

Fonte: Psicologias do Brasil

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